Holambra
Com a devastação provocada pela Segunda Guerra Mundial em toda a Europa, os holandeses viram poucas perspectivas de futuro em seu País, pois teriam que praticamente reconstruí-lo. O governo holandês incentivou então a imigração principalmente para o Canadá, Austrália, França e Brasil. O Brasil seria o único País a aceitar imigração de grandes grupos, sendo estes católicos. A Associação dos Lavradores e Horticultores Católicos da Holanda (Katholieke Nederlandse Boer en Tuinders Bonde – KNBTB) enviou para o Brasil uma comissão para viabilizar o projeto de imigração e firmar um acordo junto ao governo brasileiro.
Em 15 de junho de 1948 o ministro para assuntos de colonização, senhor Jorge Latour, fechou acordo com o diretor do frigorífico Armour em Chigago, acertando a compra de 5000 hectares, na fazenda Ribeirão, para assentamento de camponeses holandeses.
Em 14 de julho de 1948, o líder e idealizador do projeto de imigração, o Senhor J. Gerrt Heymeyer, oficializou as atividades de exploração e colonização fincando uma pá simbólica no chão, dizendo a seguinte oração; "Deus, abençoe o nosso trabalho". Formou-se a Cooperativa Agropecuária Holambra, cujo nome originou das iniciais Holanda, AMérica, BRAsil.
Nos primeiros meses de colonização foram enviados para o Brasil, primeiramente um grupo de solteiros, para a preparação de chegada das famílias. Era necessário o melhoramento das casas que já haviam, casas estas de pau a pique onde o piso de chão batido foi substituído por cimento e as paredes pintadas com cal. Diziam as senhoras que as crianças nascidas nestas casas, já eram batizadas ao nascer, pois quando chovia, chovia mais dentro do que fora. E antes de irem dormir era necessário dar uma varridinha no chão, para certificar de que nenhuma cobra se encontrava dentro de casa. A construção de casas de alvenaria em série não demorou, formando assim as primeiras vielas.
O cultivo de flores iniciou se timidamente no ano de 1951, com a produção de gladíolos (palma de santa rita), más foi entre 1958 e 1965 que a cultura se expandiu. Em 1972 criou-se o departamento de floricultura, dentro da cooperativa para a venda de grandes variedades de flores e plantas ornamentais. Anos depois foi implantado o ‘Veiling’, sistema de leilão.
A integração holandeses e brasileiros se deu logo no início, em festas e bailes, ou na prática de esportes.
Em abril de 1998, Holambra recebe o título de Estância Turística. Hoje com estimativa de 10 mil habitantes, Holambra se firma no cenário nacional e internacional como Cidade das Flores.
O Museu Histórico e Cultural de Holambra, localizado na av. Maurício de Nassau s/n, no centro de Holambra, expõe esta história de imigração e colonização holandesa, através de um acervo de duas mil fotos, réplicas de casas de pau-a-pique e alvenaria devidamente mobiliadas da época, como também, objetos, maquinarias e tratores utilizados pelos imigrantes.